segunda-feira, 23 de março de 2009

Cultura, culturas e educação por Alfredo Veiga-Neto



Galerinha,

Segue uma boa reflexão sobre educação e cultura....boa leitura...

abs,

Moisés Silva
Jornalista, Historiador e Educador

Cultura, culturas e educação Culture,


cultures and education Alfredo Veiga-NetoUniversidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Luterana do Brasil, Programa de Pós-Graduação em Educação RESUMOAssumindo uma perspectiva genealógica, este trabalho descreve a emergência do conceito de Cultura, na modernidade, como uma dupla marca de distinção social inventada por intelectuais germânicos do século XVIII e em contraste com o conceito de civilidade, que vinha se engendrando desde a Idade Média. A partir do texto kantiano Sobre a pedagogia, mostra-se como a articulação entre a Educação e aquele conceito funcionou no sentido de abstrair e idealizar os modos de vida, valores e produções culturais alemães da época como um grande modelo a ser imitado por toda e qualquer sociedade. Como um dos efeitos da vasta crise da modernidade, argumenta-se que a partir da virada lingüística não há mais como continuar assumindo aquele sentido universal para a cultura, de modo que a epistemologia monocultural moderna se estilhaça na forma de muitos multiculturalismos. Palavras-chave: cultura, multiculturalismos, civilidade, Kant, Wittgenstein, virada lingüística, história genealógica


ABSTRACTThis paper discusses the emergence of the modern concept of Culture, as a double social distinction invented by German intellectuals of the XVIII century, and as a contrast with the medieval concept of civility, from a genealogical point of view. Using the Kantian text 'On Pedagogy', the paper reveals how the link between education and the concept of Culture served to disseminate and idealise the German ways of life, values and cultural productions, and to transform them into the model to be followed by any society. As an effect of the crisis of Modernity, it is argued that after the linguistic turnabout it is impossible to assume this universal meaning for culture, with the result that the modern monocultural epistemology splinters into many multiculturalisms. Key-words: culture, multiculturalisms, civility, Kant, Wittgenstein, linguistic turnabout, genealogy


Introdução


Escrever algo novo sobre as relações entre cultura e educação é um desafio. O que já se disse sobre esse binômio... Ainda assim, ele parece sempre novo, sempre aí a nos desafiar, com as suas mais de mil e uma faces, com as suas infinitas possibilidades. Isso decorre em parte da própria complexidade e múltiplos sentidos dos dois termos do binômio; uma rápida consulta a algum manual de antropologia ou de pedagogia revelará a notável polissemia dessas duas palavras e até mesmo fortes desacordos entre aqueles que falam delas. E quantas não vêm sendo as suas ressignificações ao longo da história... Tais ressignificações vêm proliferando especialmente nas últimas décadas. Como em nenhum outro momento, parecem tornar-se cada vez mais visíveis as diferenças culturais. Igualmente, mais do que nunca, têm sido freqüentes e fortes tanto os embates sobre a diferença e entre os diferentes, quanto a opressão de alguns sobre os outros, seja na busca da exploração econômica e material, seja nas práticas de dominação e imposição de valores, significados e sistemas simbólicos de um grupo sobre os demais. Os muitos entendimentos de hoje sobre o que seja cultura,1 sobre o que seja educação e sobre as relações entre ambos se encontram no centro de tais embates. Nesse contexto, o próprio papel atribuído à educação acabou transformando a pedagogia - enquanto campo dos saberes - e a escola - enquanto instituição - em arenas privilegiadas, onde se dão violentos choques teóricos e práticos em torno de infinitas questões culturais. E, como todos sabemos, tais embates envolvem argumentos, ações e estratégias que extravasam largamente o plano puramente intelectual. Assiste-se atualmente a um crescente interesse pelas questões culturais, seja nas esferas acadêmicas, seja nas esferas políticas ou da vida cotidiana. Em qualquer caso, parece crescer a centralidade da cultura para pensar o mundo. Mas tal centralidade não significa necessariamente tomar a cultura como uma instância epistemologicamente superior às demais instâncias sociais - como a política, a econômica, a educacional; significa, sim, tomá-la como atravessando tudo aquilo que é do social. Assim, assiste-se hoje a uma verdadeira virada cultural, que pode ser resumida como o entendimento de que a cultura é central não porque ocupe um centro, uma posição única e privilegiada, mas porque perpassa tudo o que acontece nas nossas vidas e todas as representações que fazemos desses acontecimentos (Hall, 1997). Essas são questões da mais alta relevância, tanto no campo acadêmico quanto no campo mais, digamos, "concreto" de nossas práticas sociais. Seria preciso lembrar, por exemplo, que estamos assistindo a uma onda mundial de imposição do American way of life em nível planetário? E lembrar que, mais do que simples assistentes, estamos sendo levados a participar ativa ou passivamente dessa onda? Saibamos ou não e queiramos ou não, estamos enredados nessas questões. E seja como for, é preciso estarmos atentos a elas, discuti-las, problematizá-las, sabermos sobre o que estão (os outros) e estamos (nós) falando. É imprescindível sabermos de onde vieram tais questões e para onde elas podem nos levar. Enfim, à conhecida pergunta nietzschiana "que estamos fazendo de nós mesmos?", proponho que se acrescente "que estão fazendo de nós mesmos?". Mas a proliferação semântica a que antes aludi é relativamente recente. Faz pouco tempo que o velho binômio parece estar se transformando em um polinômio bastante complexo, com muitas e muitas variáveis, com muitas e muitas incógnitas. Neste texto, pretendo trazer alguma contribuição não apenas para as discussões que estão sendo travadas em torno desse polinômio mas, sobretudo, para as discussões que buscam compreender a proveniência e a emergência2 do conceito moderno de Cultura, bem como alguns comentários sobre os deslocamentos atuais deste conceito, dos quais resultou aquela proliferação. Penso que isso é útil para entender mais refinadamente as dificuldades que surgiram especialmente no campo da educação, a partir da emergência e dos avanços de uma epistemologia multicultural.3 São dificuldades que se colocam justamente quando, em vez de escrevermos cultura e educação, passamos a escrever culturas e educação. Ao falar em "alguma contribuição", faço três alertas. O primeiro: aqui, meu objetivo não é propor soluções, nem fazer prescrições, nem tampouco julgar. O que quero é apenas tecer algumas considerações de ordem histórico-genealógica, de modo a mostrar o atrelamento da Pedagogia e da escola moderna à invenção do conceito de Cultura, e o quanto isso pode funcionar como um obstáculo para as transformações educacionais e sociais que hoje pensamos ser necessárias. Assim, este texto tem um cunho analítico e, talvez, descritivo; quem nele quiser encontrar soluções práticas para as nossas dificuldades no cruzamento da educação com a Cultura, sairá frustrado... Meu objetivo aqui não é apontar "o que podemos fazer para tornar o futuro melhor", mas tão-somente propor uma problematização do presente a partir de uma descrição de como chegamos até aqui, de como se constituiu um determinado estado de coisas. E isso me leva ao segundo alerta: não considero, absolutamente, irrelevantes as discussões que muitos vêm travando sobre "o que podemos fazer para tornar o futuro melhor". Eu mesmo tenho, na medida das minhas possibilidades, tentado trabalhar nesse sentido. Aliás, a Pedagogia moderna parece não poder se esquivar do compromisso de combinar e conciliar o passado com o futuro. Por fim, o terceiro alerta; e este agora parte dos dois anteriores para, justamente, se contrapor ao primeiro deles e, de certa forma, nos conciliar com o segundo. Mesmo que neste texto o meu objetivo não seja apontar soluções, é preciso reconhecer que sabendo - mesmo que minimamente - como chegamos a um determinado estado de coisas, fica muito mais fácil desconstruir aquilo que nos desagrada nesse estado de coisas. A desnaturalização dos fenômenos sociais - ou seja, tomá-los não como algo desde sempre dado, mas como algo historicamente construído - é um primeiro e necessário passo para intervir nesses fenômenos. Saber como chegamos a ser o que somos é condição absolutamente necessária, ainda que insuficiente, para resistir, para desarmar, reverter, subverter o que somos e o que fazemos. Talvez, então, ressoem no fundo deste texto uma ou outra possibilidade para nossa ação como professores e professoras. E se for mesmo assim, que isso sirva de algum consolo para os que aqui buscam soluções... A Cultura De modo um tanto resumido, pode-se dizer que ao longo dos últimos dois ou três séculos as discussões sobre Cultura e educação restringiram-se quase que apenas a questões de superfície. Com isso não quero dizer que as discussões tenham sido superficiais, mas sim que, por um bom tempo, a Modernidade não questionou seriamente os conceitos de Cultura e de educação; quase nunca esteve em pauta problematizar seus significados modernos. Ao contrário, o que se fez foi centrar as discussões a partir de uma base conceitual assumidamente comum para, a partir daí, analisar, propor, debater, pensar no âmbito da Cultura e da educação. Aceitou-se, de um modo geral e sem maiores questionamentos, que cultura designava o conjunto de tudo aquilo que a humanidade havia produzido de melhor - fosse em termos materiais, artísticos, filosóficos, científicos, literários etc. Nesse sentido, a Cultura foi durante muito tempo pensada como única e universal. Única porque se referia àquilo que de melhor havia sido produzido; universal porque se referia à humanidade, um conceito totalizante, sem exterioridade. Assim, a Modernidade esteve por longo tempo mergulhada numa epistemologia monocultural. E, para dizer de uma forma bastante sintética, a educação era entendida como o caminho para o atingimento das formas mais elevadas da Cultura, tendo por modelo as conquistas já realizadas pelos grupos sociais mais educados e, por isso, mais cultos.4 Desde que no século XVIII alguns intelectuais alemães passaram a chamar de Kultur a sua própria contribuição para a humanidade, em termos de maneiras de estar no mundo, de produzir e apreciar obras de arte e literatura, de pensar e organizar sistemas religiosos e filosóficos - especialmente todo aquele conjunto de coisas que eles consideravam superiores e que os diferenciava do resto do mundo -, a Cultura passou a ser escrita com letra maiúscula e no singular. Maiúscula porque era vista ocupando um status muito elevado; no singular porque era entendida como única. E se era elevada e única, foi logo tomada como modelo a ser atingido pelas outras sociedades. Veio daí, por exemplo, a diferenciação entre alta cultura e baixa cultura. Simplificando, a alta cultura passou a funcionar como um modelo - como a cultura daqueles homens cultivados que "já tinham chegado lá", ao contrário da "baixa cultura" - a cultura daqueles menos cultivados e que, por isso, "ainda não tinham chegado lá". De tal diferenciação ocuparam-se muitos pedagogos, uma vez que a educação foi - e ainda é - vista por muitos como o caminho natural para a "elevação cultural" de um povo (Veiga-Neto, 2002a). Veio também daí o cunho elitista conferido a expressões do tipo "fulano é culto", "esse grupo tem uma cultura superior àquele outro", ou "o nosso problema é a falta de cultura". Em qualquer desses casos é evidente o recurso ao conceito de cultura como um elemento de diferenciação assimétrica e de justificação para a dominação e a exploração. Quando digo que as questões que se colocavam em discussão em torno da Cultura eram de superfície, estou apontando para o fato de que o principal objeto dos debates era saber quais os marcadores culturais que definiriam - em cada grupo e a cada momento - o que seria relevante para ser colocado na pauta das avaliações e que serviriam para demarcar a "verdadeira" cultura, a alta cultura. As discussões nada tinham de radicais, uma vez que muito raramente se questionou o arbitrário contido no próprio conceito de Kultur. Afinal, "sabia-se" tranqüilamente o que era Cultura; "sabia-se", também, o que era educação. Em termos de significação, as divergências não iam, no máximo, além de nuanças conceituais em torno dessas duas palavras. Buscando um pouco mais atrás, penso que a epistemologia monocultural moderna encontrou sua condição de possibilidade na revolução copernicana.5 Imagino que seja possível identificar uma proveniência do conceito moderno de Cultura na virada heliocêntrica, como uma tentativa de restituir algum destaque à posição do Homem na ordem do mundo, depois de ele ter sido retirado do centro que pensava estar ocupando ao longo de quase quinze séculos. Em articulação com a perplexidade e com as profundas transformações decorrentes da crise do geocentrismo antigo e medieval, a Cultura funcionou como um refúgio capaz de abrigar um Homem agora diminuído e perdido no mundo. Ela funcionou como um lugar simbólico - fosse por seus atributos de simples lugar, fosse pelo fato de ser um lugar exclusivamente humano -, como uma morada, capaz de conferir ao Homem um sentido de pertença e uma identidade única que ele pensava ter perdido.6 Em suma, a linha do argumento teria sido mais ou menos a seguinte: "Está bem. Primeiro deslocaram a ênfase da minha dimensão divina ou espiritual para a minha dimensão humana. E agora mais essa: eu não estou no centro da Natureza, não mais ocupo o centro do mundo natural... Mas continuo sendo único porque sou capaz de erigir uma Cultura única". A Cultura e a educação Boa parte do pensamento pedagógico moderno alimentou-se desse - ao mesmo tempo que alimentou esse - entendimento de Cultura que comentei na seção anterior. Para compreender isso melhor e para articular essa questão com a educação, costumo referir como emblemáticas algumas passagens do texto kantiano conhecido como Sobre a pedagogia (Kant, 1996). Vale a pena examinarmos mais de perto alguns trechos escritos entre 1776 e 1777, desse que é tido como um dos pilares da Modernidade. Logo depois de dizer que a educação compreende o cuidado, a disciplina e a instrução e que é pela ação dessas duas últimas que se dá a formação (Bildung), Kant afirma: Não há ninguém que, tendo sido abandonado durante a juventude, seja capaz de reconhecer na sua idade madura em que aspecto foi descuidado, se na disciplina, ou na cultura (pois que assim pode ser chamada a instrução). Quem não tem cultura de nenhuma espécie é um bruto; quem não tem disciplina ou educação é um selvagem. A falta de disciplina é um mal pior do que a falta de cultura, pois essa pode ser remediada mais tarde, ao passo que não se pode abolir o estado selvagem e corrigir um defeito de disciplina. (Kant, 1996, p.16) Um pouco adiante lê-se (Kant, 1996, p. 26-27): Na educação, o homem deve, portanto: 1) Ser disciplinado. Disciplinar quer dizer: procurar impedir que a animalidade prejudique o caráter humano, tanto no indivíduo como na sociedade. Portanto, a disciplina consiste em domar a selvageria. 2) Tornar-se culto. A cultura abrange a instrução e vários conhecimentos. A cultura é a criação da habilidade e essa é a posse de uma capacidade condizente com todos os fins que almejemos [...]. 3) A educação deve também cuidar que o homem se torne prudente, que ele permaneça em seu lugar na sociedade e que seja querido e que tenha influência. A essa espécie de cultura pertence o que se chama propriamente civilidade. Esta requer certos modos cortezes, gentileza e a prudência de nos servirmos dos outros homens para os nossos fins [...]. 4) Deve, por fim, cuidar da moralização [...]. Em sintonia com outros autores alemães do século XVIII - como Goethe, Schiller, Herder, Fichte etc. -, Kant diferencia Cultura de civilidade, não entendendo aquela como uma decorrência necessária do desenvolvimento desta, ou seja, como o resultado de um aperfeiçoamento da civilização. Ao contrário, Kant e os outros intelectuais citados são unânimes em estabelecer um contraponto entre Cultura e civilidade. Chamo a atenção para tal diferenciação porque ela é fundamental para compreender a importância do conceito de Cultura. Como bem demonstrou Elias (1989), tal conceito se inscreve como fundamentação ao próprio projeto de uma autoconsciência nacional germânica que viria a se disseminar amplamente mundo afora e que teria desdobramentos notáveis e dramáticos nos dois séculos seguintes. Com isso, esses autores fixaram as três principais características que cercam o conceito de Cultura ao longo da Modernidade. Em primeiro lugar, o seu caráter diferenciador e elitista. Ao instituírem e propalarem como modelo o que eles mesmos diziam ser o que já era - ou, em muitos casos, o que deveria plenamente vir a ser no futuro - o povo alemão - em termos de modo de vida, feitos e valores artísticos, filosóficos, espirituais, religiosos, literários etc. -, aqueles arquitetos da Modernidade inventaram um sentido para a palavra Kultur que lhes era muito útil como uma marca de distinção. Por um lado, eles entendiam a civilidade como um conjunto de atitudes e ações humanas que eram da ordem do comportamento - tais como gesticulação, cortesia, recato, elegância, boas maneiras, savoir-faire, amabilidade, delicadeza, cavalheirismo e até afetação, maneirismo e simulação -, coisa que em parte está clara no terceiro item citado. A civilidade foi a denominação que há muito já vinha sendo dada à disposição geral em que os comportamentos individuais eram cada vez mais auto-regulados; uma disposição que se dava como uma contraposição ao - e em substituição ao - enfraquecimento das coações externas e dos códigos hierárquicos nobiliários. Ela representava a substituição da espontaneidade pela contenção dos afetos. Por outro lado, a Cultura era entendida como um conjunto de produções e representações que eram da ordem dos saberes, da sensibilidade e do espírito. Para aqueles alemães, ainda que qualquer grupo social pudesse ser - ou vir a ser - civilizado, a cultura seria um apanágio dos homens e das sociedades superiores. E nem é preciso lembrar que, para todos eles, era a nascente sociedade burguesa alemã que personificava o mais alto estágio a que tinha chegado a Humanidade... Para eles, por exemplo, os franceses podiam ser civilizados, mas não eram capazes de ter a Cultura modelar dos alemães. Mas é bom lembrar que, de certa maneira, aí não estavam incluídos todos os alemães: a própria aristocracia germânica era vista com grandes reservas por esses intelectuais. Os aristocratas germânicos podiam ser até bastante civilizados; mas quanto mais o fossem, mais seriam vistos como contaminados pelo maneirismo e futilidade dos franceses. Desse modo, de um só golpe, aqueles autores instituíam a representação de uma supremacia nacional germânica e de uma distinção de classe. E em ambas, supremacia e distinção, foram bem-sucedidos. Em segundo lugar - e em íntima ligação com o que comentei anteriormente -, o caráter único e unificador da Cultura. Ligado a isso, está o papel atribuído à educação. De novo recorro a Kant, que é muito claro a esse respeito; logo depois da passagem em que discute as relações entre disciplina e cultura, ele escreve: Talvez a educação se torne sempre melhor e cada uma das gerações futuras dê um passo a mais na direção ao aperfeiçoamento da Humanidade, uma vez que o grande segredo da perfeição da natureza humana se esconde no próprio problema da educação. A partir de agora, isto pode acontecer. [...] Isto abre a perspectiva para uma futura felicidade da espécie humana. (idem, p. 16-17) Ao lastimar a situação política de seu tempo - numa alusão velada aos desmandos da decadente aristocracia alemã e penso que também à agudização do absolutismo francês, fenômenos políticos muito intensos na segunda metade do século XVIII -, o filósofo assim se manifesta: [...] nas condições atuais pode dizer-se que a felicidade dos Estados cresce na mesma medida que a infelicidade dos homens. E não se trata ainda de saber se seríamos mais felizes no estado de barbárie, onde não existiria toda essa nossa cultura, do que no atual estado. De fato, como poderíamos tornar os homens felizes, se os não tornamos morais e sábios? Deste modo, a maldade não será diminuída. (idem, p. 29) Ora, é a partir daí que Kant vai detalhar como deverá ser a educação escolarizada, de modo que se torne eficiente para a construção de uma nova germanidade. E, sob o manto de um pretenso humanismo universal, o que estava em jogo era a imposição, pela via educacional, de um padrão cultural único, que era ao mesmo tempo branco, machista, de forte conotação judaico-cristã, eurocêntrico e, é claro, de preferência germânico. De certa maneira, as muitas campanhas que se desenrolaram desde então, em defesa de uma escola única para todos, foram herdeiras dessa ideologia monoculturalista. Mas isso não teria os efeitos que teve se, além de ser essa uma tarefa atribuída à escola, o Estado não tivesse tomado a escola como a instituição que, a seu serviço, realizasse da maneira mais ampla e duradoura a tarefa de regular a sociedade (Veiga, 2002). Assim, assumindo tranqüilamente um entendimento generalizante, essencialista e abstrato sobre o indivíduo e a sociedade, a educação escolarizada foi logo colocada a serviço de uma Modernidade que deveria se tornar a mais homogênea e a menos ambivalente possível. Ou, em outras palavras: uma sociedade a mais previsível e segura possível. Ou, usando o pensamento de Bauman (2000): a escola foi colocada a serviço da limpeza do mundo. Um mundo mais limpo seria aquele em que, junto com a civilidade, se desenvolvesse também uma cultura universalista, em relação à qual as demais manifestações e produções culturais dos outros povos não passariam de casos particulares - como que variações em torno de um ideal maior e mais importante -, ou de simples imitações, ou de degenerescências lamentáveis. No âmbito da cultura, a situação ideal num mundo completamente limpo seria aquela que chamei de máxima isotropia (Veiga-Neto, 2002c), a saber, uma situação sociocultural em que, no limite, cada ponto do espaço social guarda uma relação de identidade com os pontos adjacentes, de maneira que, se atingido tal limite, o conjunto apresentar-se-ia inteiramente homogêneo e com um risco social igual a zero. Em outras palavras, isso significa o rebatimento de tudo e de todos a um Mesmo; em termos culturais, significa uma identidade única e a rejeição de toda e qualquer diferença. Em terceiro lugar, o caráter idealista de Cultura. Atualizando a doutrina platônica dos dois mundos, aqueles autores alemães assumiam a possibilidade de efetivar, aqui neste mundo, as formas perfeitas que estariam num outro mundo, no mundo das idéias - esquecendo ou ocultando o caráter construído de tal doutrina.7 A esse respeito, Kant (1996) assim se manifesta: O projeto de uma teoria da educação é um ideal muito nobre e não faz mal que não possamos realizá-lo. [...] Uma Idéia não é outra coisa senão o conceito de uma perfeição que ainda não se encontra na experiência. Tal, por exemplo, seria a Idéia de uma República perfeita, governada conforme as leis da justiça. Dir-se-á, entretanto, que é impossível? Em primeiro lugar, basta que a nossa Idéia seja autêntica; em segundo lugar, que os obstáculos para efetuá-la não sejam absolutamente impossíveis de superar. (p.17) Pouco importa se, nesta passagem, Kant tenha usado o idealismo apenas como um recurso retórico ou heurístico. O que interessa é que tal idealismo acabou tanto impregnando o entendimento moderno do que deve ser uma (verdadeira) teoria da educação, quanto alimentando a busca de uma sociedade e de uma cultura cuja "perfeição [...] ainda não se encontra na experiência" (idem, ibidem). Esse idealismo foi- e continua sendo - uma condição necessária para se acreditar na possibilidade e desejabilidade de uma cultura única e universal. Foi também tal idealismo que fez da civilidade uma coisa exclusivamente deste mundo, enquanto que colocou a Cultura neste mundo mas como uma projeção de um ideal metafísico situado num outro lugar. De Cultura para culturas Foi só nos anos 20 do século passado que começaram a surgir as rachaduras mais sérias no conceito moderno de Cultura. Os primeiros ataques vieram da antropologia, da lingüística e da filosofia; e logo parte da sociologia também começou a colocar em questão a epistemologia monocultural. Mais recentemente, a politicologia e especialmente os Estudos Culturais foram particularmente eficientes no sentido de desconstruir - ou, às vezes, no sentido até de detonar - o conceito moderno e nos mostrar a produtividade de entendermos que é melhor falarmos de culturas em vez de falarmos em Cultura.8 (Costa, 2000) Em qualquer caso, esse deslocamento está fortemente conectado à vasta crise da Modernidade. E, mais uma vez, é preciso lembrar que se trata de um deslocamento que se manifesta numa dimensão teórica, intelectual, mas que não se reduz a uma questão- nem somente, nem mesmo preferencialmente - epistemológica. Muito mais do que isso, tal deslocamento é inseparável de uma dimensão política em que atuam forças poderosas em busca pela imposição de significados e pela dominação material e simbólica. Se o monoculturalismo coloca a ênfase no Humanismo e, em boa parte, na estética, o multiculturalismo muda a ênfase para a política. E se as atribuições de significados são, sempre e ao mesmo tempo, uma questão epistemológica e uma questão de poder - e, por isso, uma questão política -, é fácil compreender o quanto tudo isso se torna mais agudo quando se trata de significações no campo da cultura, justamente o campo onde hoje se dão os maiores conflitos, seja das minorias entre si, seja delas com as assim chamadas maiorias. Para enfrentar o problema posto pelas evidências, a saber, de que na prática jamais tenha sido observada ou experimentada qualquer experiência monocultural, os defensores dessa epistemologia argumentam que é preciso procurar além das aparências imediatas.9 Seria preciso ir mais fundo para encontrar a lógica única e o repertório comum de princípios, códigos, valores etc., comuns a todas as culturas e, por isso, partilhados por todas elas. Para esses (ainda...) defensores do monoculturalismo, a universalidade não se dá nem nos detalhes nem na imediatez da experiência, mas está no nível dos princípios gerais, das generalizações. Esse não deixa de ser um argumento interessante. Mas basta pedir que se apresente pelo menos um desses princípios que seja válido para todas as culturas para nos darmos conta de que isso não é possível... Mas há ainda um outro argumento a favor desse universalismo idealista. Trata-se de um argumento lógico um tanto forte e importante, de modo que é preciso trazer algumas considerações sobre ele. Esse segundo argumento diz que se não houvesse um denominador comum a todas as culturas - ou seja, pelo menos uma propriedade ou princípio transcendente que funcionasse da mesma maneira em toda e qualquer cultura -, então não haveria como uma cultura se comunicar com as demais. Nem haveria como diferenciar uma cultura de todas as outras. Assim, não haveria nem mesmo como saber que estamos diante de uma cultura. Este, aliás, é o argumento que os anti-relativistas10 aplicam para defender não apenas um suposto caráter universalista da Cultura, como também qualquer outro conceito ou princípio que acharem conveniente universalizar. Da mesma maneira, é tal entendimento que dá suporte à noção de que existe uma essência na Linguagem e que, em conseqüência, existe uma essência por detrás dos conceitos, na medida em que eles são "manifestações lingüísticas". Uma prova prática disso seria, por exemplo, a tradutibilidade, isso é, a possibilidade de traduzir uma língua para qualquer outra - ainda que muitos desses anti-relativistas concordem que, a rigor, isso nunca consiga ser inteiramente satisfatório, pleno. Assim, a tradutibilidade, mesmo que parcial, seria uma prova empírica de que deve haver pelo menos um - ou até mesmo alguns ou muitos - invariante(s) supralingüísticos universais. Enquanto isso, a dificuldade em conseguir uma tradução definitiva e inteiramente satisfatória decorreria tão-somente de ruídos comunicacionais, de incompetências lingüísticas ou de imperfeições dessa ou daquela língua...11 A dificuldade não decorreria da linguagem per se, mas de uma suposta natureza da comunicação ou de um uso incorreto que fazemos da linguagem. O mesmo raciocínio pode ser estendido para a Cultura e para as relações interculturais. Para não deixar esse segundo argumento pairando no ar - como se ainda tivesse uma força que, a rigor, ele não tem mais -, lembro que foi justamente da filosofia da linguagem que saíram algumas contribuições muito interessantes para situar toda essa problemática num outro registro. Para finalizar, comento sucintamente a produtividade dessas contribuições para uma defesa da(s) epistemologia(s) multicultural(is), caso isso fosse necessário... Como mostraram alguns filósofos da linguagem, a questão da tradutibilidade não deve ser colocada nos termos de buscar um elemento comum que possa servir de elo de ligação e compreensão para todas as linguagens e, por extensão, para todas as culturas. A virada lingüística empreendida por tais filósofos - e muito especialmente pelo segundo Wittgenstein - modifica o entendimento tradicional da linguagem, assumindo a impossibilidade de fundamentá-la lógica e ontologicamente12 fora dela mesma. Conseqüentemente, eles abdicam da busca de qualquer critério metalingüístico ou metacultural, de qualquer essência translingüística ou transcultural. Eles despedem-se de uma metafísica da linguagem e trazem a linguagem para o mundo cotidiano; ela não está fundada num outro lugar. Igualmente, não há um outro mundo a sustentar aquilo que chamamos de cultura. Ao invés de ser entendida como um cálculo - que determinaria as regras como referimos "as coisas que já estavam aí" e como as significamos -, a linguagem passa a ser entendida como um jogo, "abrangendo, com isso, o aspecto pragmático presente na linguagem" (Condé, 1998, p. 91). Em outras palavras, ela é sempre contingente, e é por isso que existe uma margem de indeterminação nas coisas ditas (e pensadas) que "não compromete a possibilidade do discurso significativo" (Dias, 2000, p. 51) mas que, ao contrário, abre a possibilidade para que sempre se continue a conversação. E talvez, mais do que se dar uma possibilidade, seja o caso de falar em uma necessidade de continuar a conversação. Como argumentou exaustivamente o segundo Wittgenstein, existe uma gramática profunda pautada por regras; mas se trata de regras contingentes, cujo uso se origina e se transforma no curso da vida. Assim, a própria gramática profunda é contingente. De tudo isso resulta que a virada lingüística não institui um tudo vale, pois, como claramente explica Dias (2000, p. 51), "regras contingentes são regras de uso determinado pela prática da linguagem, e não devemos confundi-las com a ausência de regularidade, com uma completa indeterminação do significado". As conseqüências dessa virada são imensas. Ela estilhaça aos cacos e pluraliza não apenas a Linguagem, mas também a Cultura, e nos leva a falar em linguagens e em culturas. Para o segundo Wittgenstein, por exemplo, as semelhanças entre todas as linguagens - e podemos dizer: entre todas as culturas - não decorre de uma suposta invariância metalingüística - e podemos dizer: metacultural -, mas sim de uma familiaridade decorrente do próprio uso que fazemos delas em múltiplos jogos de linguagem (Sprachspiel), do próprio fato de estarmos imersos nelas, jogando dentro delas, linguagem e cultura (Baker & Hacker, 1980). Outra conseqüência da virada lingüística, que me parece particularmente significativa no cruzamento entre culturas e educação, se dá no plano da ética. Ao assumir, em geral implicitamente, a possibilidade de uma linguagem auto-suficiente e ideal, a epistemologia monoculturalista assume, inescapavelmente, uma postura intelectual arrogante porque única e, no limite, de conteúdo determinável e, por isso, de cunho determinista. Nesse caso, cabe à educação apenas dizer, àqueles que estão entrando no mundo, o que é mesmo este mundo e como ele funciona. É evidente o tom totalitário de qualquer pedagogia monocultural... Ao contrário, qualquer multiculturalismo já é, pelo menos epistemologicamente, humilde, na medida em que assume que, por mais que se fale, nunca se saberá o que é mesmo este mundo nem como ele funciona. E lembro que essa incompletude do dito não decorre de alguma suposta incompletude do entendimento humano ou do próprio dizer, mas sim da linguagem em que se aloja o dito. Não se chega lá no mundo, não porque como humanos sejamos limitados, mas simplesmente porque aquilo que chamamos de lá - ou talvez seja melhor dizer: o lá naquilo que ele significa para nós - constitui-se justamente a cada momento em que nele e dele se fala. O lá é um mutante em constante mutação não em si mesmo, mas naquilo que se diz dele e, conseqüentemente, naquilo que se pensa sobre ele.13 Ora, com isso, qualquer pedagogia multicultural não pode pretender dizer, aos que estão entrando no mundo, o que é o mundo; o que no máximo ela pode fazer é mostrar como o mundo é constituído nos jogos de poder/saber por aqueles que falam nele e dele, e como se pode criar outras formas de estar nele. Um tal indeterminismo abre perspectivas extremamente desafiadoras, produtivas e interessantes no campo pedagógico. Voltando ao plano da ética - e para citar apenas um exemplo - lembro que o papel da Pedagogia se amplia muito, na medida em que ela pode se tornar o principal campo em que se dará a conversação permanente e infinita, sempre mutante, sobre o que fizemos, o que estamos fazendo e o que poderemos fazer de nós mesmos. Dado que qualquer julgamento moral só acontece e se desenvolve em práticas discursivas, a Pedagogia poderá tomar a si e intensificar a tarefa de, minimamente, organizar os contextos da fala e de, maximamente, mostrar as regras segundo as quais se dão os ditos, em termos da ordem do que é dito, dos poderes que mobiliza e das regularidades do dizer. Ao deslocar o entendimento da linguagem pela raiz, de uma só vez a virada lingüística resolveu o problema da incompletude das linguagens, dissolveu a questão da impossibilidade da tradução suficiente e nos colocou novos desafios. Isso equivale a dizer que a virada lingüística nos mostra que o babelismo - lingüístico ou cultural, o que é quase a mesma coisa - não é propriamente um problema, mas é, sim, o nome que atribuímos ao estado em que a linguagem se dá para nós.14 E ela se dá assim porque não temos um lugar de fora dela para dela falar; estamos sempre e irremediavelmente mergulhados na linguagem e numa cultura, de modo que aquilo que dizemos sobre elas não está jamais isento delas mesmas. Trata-se de uma virada porque justamente o que parecia tão problemático não passa de um estado do mundo, enquanto aquilo que parecia ser o estado do mundo não passa de uma invenção, de um idéia inventada, de uma idéia que um dia foi idealmente idealizada... Referências bibliográficas BAKER, G., HACKER, P., (1980). An analytical comentary on Wittgenstein's Philosophical investigations. Oxford: Basil Blackwell.


[ Links ] BAUMAN, Zygmunt, (2000). Modernidade e ambivalência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Tradução de Marcus Penchel. [ Links ] CONDÉ, Mauro, (1998). L. Wittgenstein: linguagem e mundo. São Paulo: Annablume. [ Links ] COSTA, Marisa V., (2000). Estudos culturais: para além das fronteiras disciplinares. In:______, (org.). Estudos culturais em educação. Porto Alegre: Editora da UFRGS. p. 13-36. [ Links ] DIAS, Maria Clara, (2000). Kant e Wittgenstein: os limites da linguagem. Rio de Janeiro: Relume Dumará. [ Links ] ELIAS, Norbert, (1989). El proceso de la civilización: investigaciones sociogenéticas y psicogenéticas. México: Fondo de Cultura Económica. Tradução de Ramón García Cotarelo. [ Links ] FOUCAULT, Michel, (2001). Outros espaços. In:______, Ditos e escritos III. Rio de Janeiro: Forense Universitária. p. 411-422. Tradução de Inês Autran Dourado Barbosa. [ Links ] FRIEDLAND, Roger, BODEN, Deirdre, (1994). NowHere: space, time and modernity. Berkeley: University of California Press. [ Links ] HALL, Stuart, (1997). A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo. Educação & Realidade, v. 22, n° 2, jul./dez., p. 17-46. [ Links ] KANT, Immanuel, (1996). Sobre a pedagogia. Piracicaba: UNIMEP. Tradução de Francisco Cock Fontanella. [ Links ] LARROSA, Jorge, SKLIAR, Jorge, (2002). Habitantes de Babel: políticas e poéticas da diferença. Belo Horizonte: Autêntica. Tradução de Semíramis Gorini da Veiga. [ Links ] NIETZSCHE, Friedrich, (s.d.). A genealogia da moral. Rio de Janeiro: Tecnoprint. Tradução de A. A. Rocha. [ Links ] SEMPRINI, Andrea, (1999). Multiculturalismo. Bauru: EDUSC. Tradução de Laureano Pelegrin. [ Links ] STOREY, John (ed.), (1997). What is cultural studies? A reader. London: Arnold. [ Links ] VEIGA, Gynthia Greive, (2002). A escolarização como projeto de civilização. Revista Brasileira de Educação, n° 21, p. 90-103. [ Links ] VEIGA-NETO, Alfredo, (2002a). Cultura e currículo. Contrapontos, v. 2, n° 4, jan-abr., p. 43-51. [ Links ] ______, (2002b). Espaço e currículo. In: LOPES, Alice C., MACEDO, Elizabeth F. (orgs.). Disciplinas e integração curricular: história e políticas. Rio de Janeiro: DP&A, p. 201-220. [ Links ] ______, (2002c). De geometrias, currículo e diferenças. Educação e Sociedade, n° 79, p. 163-186. [ Links ] WITTGENSTEIN, Ludwig, (1979). Investigações filosóficas. São Paulo: Abril Cultural e Industrial. Tradução de José Carlos Bruni. [ Links ] Recebido em fevereiro de 2003 Aprovado em março de 2003


ALFREDO VEIGA-NETO, doutor em educação, professor titular aposentado do Departamento de Ensino e Currículo da Faculdade de Educação da UFRGS, atualmente é professor convidado do Programa de Pós-Graduação em Educação dessa mesma Universidade e professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Luterana do Brasil. Publicou recentemente os seguintes artigos e capítulos de livros: Curriculum y exclusión social (Morón-Sevilla: Kikiriki, ano XIV, n° 59-60, dec. 2000-may, 2001, p. 45-49); Incluir para saber; saber para excluir (Pró-Posições, v. 12, n° 3 (36), nov. 2001. p. 22-31); Currículo e telemática (In: MOREIRA, Antônio Flávio, MACEDO, Elizabeth (orgs). Currículo, práticas pedagógicas e identidades. Porto: Porto, 2002. p. 53-64); Interdisciplinaridade na pós-graduação: isso é possível? (In: FERNANDES, Aliana, GUIMARÃES, Flávio Romero, BRASILEIRO, Maria do Carmo E. (org.). O fio que une as pedras: a pesquisa interdisciplinar na pós-graduação. São Paulo: Biruta, 2002. p. 26-35). Uma lança com duas pontas (In: ROSA, Dalva E. G., SOUZA, Vanilton C. (org.). Políticas organizativas e curriculares, educação inclusiva e formação de professores. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. p. 151-158). Publicou ainda os livros: com Maria Lúcia Wortmann, Estudos culturais da ciência e educação (Belo Horizonte: Autêntica, 2001) e com Margareth Rago e Luiz B. L. Orlandi, Imagens de Foucault e Deleuze: ressonâncias nietzschianas (Rio de Janeiro: DP&A, 2002). Atualmente coordena a pesquisa Dispositivos disciplinares e educação. E-mail: alfredoveiganeto@uol.com.br e http://www.ufrgs.br/faced/alfredo


1 Por razões que serão explicitadas e discutidas ao longo deste texto, ora a palavra cultura é grafada com inicial maiúscula, ora com inicial minúscula. 2 Ao invés de falar em origens, sigo o vocabulário da história genealógica, proposta por Nietzsche (s.d.): proveniência (Herkunft) como o conjunto das condições de possibilidade nas quais - no seio das quais ou a partir das quais - engendrou-se a emergência (Entestehung) de um novo conceito, idéia, prática (discursiva ou não-discursiva) etc. 3 Estou usando a expressão epistemologia multicultural no sentido dado por Semprini (1999), ou seja, todo o conjunto teórico que dá a base conceitual e fornece a legitimação intelectual para o movimento multiculturalista e que se apóia no entendimento de que a realidade é uma construção, as interpretações são subjetivas, os valores são relativos e o conhecimento é um fato político e, portanto, sempre público. Dadas essas bases em que se assenta, a epistemologia multicultural não se constitui, de maneira alguma, num corpus único ou homogêneo; por isso, alguns preferem usar essa expressão no plural: epistemologias multiculturais. 4 Não deixa de ser interessante assinalar a circularidade aqui presente. 5 O que não exclui, naturalmente, o papel desempenhado também pelo Renascimento, como já foi por muitos referido. 6 Para uma discussão sobre o sentido que estou atribuindo a lugar enquanto "porção" de significados no espaço epistemológico, vide Foucault (2001), Veiga-Neto (2002b) e Friedland e Boden (1994). 7 Relacionado a tudo isso, sugiro como um bom exercício o rastreamento do neoplatonismo presente na pedagogia kantiana e, de resto, na pedagogia moderna. A título de ilustração, chamo a atenção para o caráter tripartite de infante-educando-discípulo - já presente no primeiro parágrafo da obra -, numa evidente simetria com o papel de filósofo-mestre-político, daquele que tira seu povo da escuridão, na alegoria platônica da caverna. 8 Sobre essa questão, vide também Storey (1997) e Semprini (1999). 9 O que é o mesmo que procurar num "outro mundo", um mundo ideal e não-sensível... 10 Ou, neste caso e se quisermos, os essencialistas. 11 É fácil notar que esse tipo de raciocínio serve de suporte à noção segundo a qual diferentes línguas - e, por extensão, diferentes culturas - têm diferentes e, mais do que isso, maiores ou menores competências, recursos e graus de "precisão" para tratar com a realidade, em termos de descrevê-la, apreendê-la, interpretá-la etc. 12 "A Filosofia não deve, de modo algum, tocar no uso efetivo da linguagem; em último caso, pode apenas descrevê-lo. Pois também não pode fundamentá-lo" (Wittgenstein, 1979, §124, p. 56). 13 Aliás, a própria noção de si mesmo torna-se também problemática se for tomada ao pé da letra. 14 Para discussões variadas e detalhadas sobre essa questão, sugiro Larrosa e Skliar (2002). © 2009


Revista Brasileira de Educação - ANPEd http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-24782003000200002&script=sci_arttext&tlng=pt Revista Brasileira de EducaçãoPrint ISSN 1413-2478Rev. Bras. Educ. no.23 Rio de Janeiro May/Aug. 2003doi: 10.1590/S1413-24782003000200002 ARTIGOS

domingo, 15 de março de 2009

A folha e a ditadura!


DITADURA & COLABORACIONISMOPaulo Vasconcellos
Bom artigo sobre a folha e a ditadura..


abs,


Moisés Silva

Jornalistas, Historiador e Educador



Os amigos da censura", copyright No. (www.no.com.br), 10/12/01

"Há um petardo pronto para virar livro. Trata-se de ‘Cães de guarda: jornalistas e censores, do AI-5 à Constituição de 1988’. A tese de doutorado da historiadora carioca Beatriz Kushnir, 35 anos, aprovada com louvor em outubro no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), lança suspeitas sobre um dos mitos cultuados pela imprensa brasileira: o de que jornais e jornalistas foram quixotes na luta contra o regime militar. O trabalho tem 473 páginas e é resultado de cinco anos de pesquisas. Beatriz mirou no que viu e acertou no que não viu. Começou como um estudo da censura à imprensa alternativa e acabou desvendando o grau de colaboracionismo com a ditadura incrustado em algumas redações. ‘Assim como nem todas as redações eram de esquerda, nem todos os jornalistas fizeram do ofício um ato de resistência ao arbítrio’, diz Beatriz Kushnir. ‘Há um desconforto diante da desmistificação generalizante de que os jornalistas combateram a ditadura.’ O trabalho demonstra que os jornais que tiveram um censor na redação não foram tantos assim, que a primeira profissão de parte dos censores era o jornalismo e, pior, que havia um elevado grau de promiscuidade nas relações entre alguns jornalistas e os órgãos de repressão. Beatriz não foge à polêmica. Para a tese de mestrado na Universidade Federal Fluminense (UFF) ela escolheu a história das prostitutas judias que se organizaram em associações de ajuda mútua e ficaram conhecidas como polacas, citadas nos versos de Aldir Blanc para a música ‘O mestre-sala dos mares’ - não por acaso uma das vítimas da censura, que vetou o título original: ‘O almirante negro’. A historiadora começou a derrubar as ilusões da imprensa brasileira ao pesquisar os documentos do Departamento de Censura de Diversões Públicas da Polícia Federal no Arquivo Nacional, em Brasília, entrevistando 11 censores - exceção para Solange Hernandes, a popular Solange Tesourinha, que mandava cortar tudo o que é filme, livro, texto de teatro e versos de músicas - e uma penca de jornalistas. O porão que escondia os instrumentos legais da censura abrigava também jornalistas de formação. ‘Foi tentando perceber quem eram os censores que me surpreendi ao encontrar já no primeiro grupo deles dez jornalistas.’ Descobriu ainda policiais de carreira que atuaram como jornalistas colaborando com a repressão. Os três primeiros capítulos mostram a evolução da censura desde a Proclamação da República. É iguaria rara, mas o melhor vem depois. Da posição cínica defendida por um jornal do Rio, em 1976, em defesa de uma ‘censura inteligente’ - feita por pessoal mais bem preparado política e intelectualmente - à constatação de que, na prática, os jornais optaram preferencialmente pela autocensura ao encampar as notas da Polícia Federal transmitidas pelo Serviço de Informação do Gabinete (Sibag), vinculado ao gabinete do ministro da Justiça, mas sem registro no organograma dos órgãos federais - portanto, clandestino. A alternativa era a censura prévia. Os censores estiveram nas redações para cortar os ‘excessos’ em poucos periódicos. No ‘O Estado de S. Paulo’, do AI-5 a janeiro de 1975, e na ‘Tribuna da Imprensa’, em um período não contínuo, de 1968 a 1978. Na imprensa alternativa freqüentaram ‘O Pasquim’, de novembro de 1970 a março de 1975, ‘O São Paulo’, de junho de 1973 a junho de 1978, ‘Opinião’, de janeiro de 1973 a abril de 1977, e ‘Movimento’, de abril de 1975 a junho de 1978. Na Veja, de 1974 a junho de 1976. A revista foi censurada ainda no berço, logo no número 5, em 1968. Durante todo o governo do general Emílio Garrastazu Médici seria uma das vítimas favoritas do regime. A edição com a capa ‘O presidente não admite torturas’ foi proibida de chegar às bancas. ‘Oliveiros, hoje nós não vamos aí.’ O governo do general Ernesto Geisel, com a promessa de abertura, ainda que lenta, gradual e segura, não deixou de estabelecer os parâmetros do que considerava permitido - mesmo que nos bastidores os ministros Golbery do Couto e Silva, da Casa Civil, e Armando Falcão, da Justiça, mantivessem diálogos com jornalistas anunciando a retirada da censura das redações. As notas proibitivas continuaram a ser transmitidas até fins de 1975. Nos primeiros dias de abril, o número 300 de ‘O Pasquim’ trazia o editorial intitulado ‘Sem Censura’, escrito por Millôr Fernandes, notificando ao leitor que desde 24 de março o tablóide se encontrava livre da censura prévia. Depois de um telefonema do Dr. Romão, o último dos quase 30 censores que o jornal teve em cinco anos, estava decretado que a responsabilidade passava a ser da redação. Sentença semelhante recebeu o então secretário de redação de ‘O Estado de S. Paulo’, Oliveiros S. Ferreira. ‘Eles ficaram do AI-5, em 13 de dezembro de 1968, até 3 de janeiro de 1975, um dia antes do centenário do jornal’, relembra Ferreira. Foi quando ele recebeu um telefonema do chefe dos censores: - Oliveiros, hoje nós não vamos aí. Oliveiros: - Mas, então, quem responde pelo jornal? - Ah, isso é problema seu. Até logo! Um ano antes, o humorista Ziraldo, do ‘Pasquim’, havia escrito uma carta ao ministro da Justiça, Armando Falcão, pedindo a volta da censura do jornal para o Rio, que havia seis meses, em represália, era feita em Brasília para atrasar propositadamente o fechamento das edições. Ao fim da carta, além da assinatura, um desenho: a mão de um homem que se afogava e a palavra ‘help’. ‘Millôr Fernandes já havia advertido em seu editorial que o rompimento repentino da censura embutia a noção de que deixar de intervir era uma concessão que deveria ser paga com responsabilidade’, lembra Beatriz. ‘Sem censura não quer dizer com liberdade’, terminava o texto de Millôr. A censura espalhou vítimas para todos os lados. O cineasta francês Jean Luc Godard foi uma delas. No regime militar teve proibido o filme ‘A chinesa’. Em 1984, a censura a outro de seus filmes, ‘Je vous salue, Marie’, geraria protestos calorosos, a demissão do ministro da Justiça, na época o deputado federal pernambucano Fernando Lyra, e a exposição da permanência de atos censórios em um período de suposta redemocratização. Alguns jornais e jornalistas que não aderiram à resistência se bandearam para o outro lado. ‘Cães de guarda’ revela o papel duplo de uns e outros. Jornalistas que foram censores federais - e também policiais - e vice-versa dividiam as redações com as chamadas bases esquerdistas que, segundo o regime militar, sempre as dominaram. ‘No Brasil da censura existiam também os jornalistas colaboracionistas’, afirma Beatriz. ‘Eles foram verdadeiros cães de guarda.’ Um deles, segundo a tese, tomou conta do jornal ‘Folha da Tarde’, do Grupo Folha da Manhã, de 1967 a 1984. Todo o quarto capítulo narra a trajetória do jornal nos seus dois períodos: do renascimento, em 1967, até o AI-5. Beatriz Kushnir investigou a redação da ‘Folha da Tarde’ de 1967, que estava vinculada à cobertura dos movimentos políticos da época e tinha em seus quadros militantes de esquerda, até ser conhecida como ‘Diário Oficial da Oban’ (Operação Bandeirantes). ‘Cheguei à história da ‘Folha da Tarde’ por acaso’, conta. A historiadora tentava uma entrevista com o senador Romeu Tuma (PFL-SP), diretor do Departamento de Polícia Federal que rompeu com a tradição de militares no cargo desde a sua criação, em 1964. Chegou a entrar em contato com o seu assessor de Imprensa, em São Paulo, mas não conseguiu agendar um encontro. Ao entrevistar o jornalista Boris Casoy, âncora do Jornal da Record, para compreender os reflexos da censura na redação da ‘Folha de S. Paulo’, que ele dirigia na época, ficou sabendo quem era o assessor do senador e o significado da frase ‘o jornal de maior tiragem’. Nos dois casos bateu na figura de Antonio Aggio Jr. A queda com o AI-5 do jornalista Jorge Miranda Jordão, hoje em ‘O Dia’, da direção de redação da ‘Folha da Tarde’, abriu espaço para outro grupo de profissionais. Antonio Pimenta Neves, que mais de 30 anos depois responde a processo pelo assassinato da namorada, era um deles. Aggio, ex-editor do jornal ‘Cidade de Santos’, viria depois. ‘Sob o comando dele o jornal deu uma guinada à direita’, diz Beatriz. ‘O clima de delegacia policial resistiu 15 anos e o jornal ganhou o apelido de ser o de ‘maior tiragem’ em São Paulo, não por causa da circulação, mas pelo número de tiras (policiais) que empregava.’ Acusado de colaborar, Aggio diz que também foi parar na Oban Aggio rebate. ‘Essa tese é um negócio tortuoso para garantir o título de doutora à historiadora.’ Segundo o assessor do senador Tuma, a reformulação da ‘Folha da Tarde’ e o Projeto Folha, de 1984, quando o jornal passaria por nova mudança, nada teve a ver com ideologia, mas com mercado. ‘Nunca houve uma redação mais democrática que a da Folha da Tarde. Nunca se perguntou a coloração ideológica de ninguém por lá. Muitos esquerdistas trabalham no jornal até hoje’, afirma o jornalista. Aggio diz que todo o noticiário policial e militar tinha como fonte a Agência Folha e era publicado por todos os jornais do grupo. ‘Uma vez houve um incidente com o pessoal da luta armada em Osasco e como a ‘Folha da Tarde’ deu a notícia fui parar na Oban e no II Exército. Se fosse ligado à repressão não teriam me chamado para prestar esclarecimentos.’ ‘Havia pressão psicológica e armada, além de econômica, mas nunca a família Frias me pediu para mudar a linha do jornal para aderir ao regime. Obedecíamos ao que a censura impunha porque não havia saída. Depois que deixei a direção do jornal, ele mudou de linha editorial’, diz Jorge Miranda Jordão, antecessor de Antonio Aggio na ‘Folha da Tarde’. ‘A imprensa nunca foi quixote, mas também não chegou a ser um Exército de Brancaleone. Talvez uns dez por cento das redações apoiassem o regime até por convicção política.’ ‘Cães de guarda’ remexe em histórias nada edificantes. É o caso de uma manchete estampada pela ‘Folha da Tarde’ em abril de 1971 anunciando a morte do guerrilheiro Roque em confronto com a polícia paulistana. Roque era o codinome do metalúrgico Joaquim Seixas, preso com o filho Ivan, então com 16 anos. Militantes do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), os dois tinham sido presos acusados pelo assassinato do industrial Enning Boilesen, um dos financiadores da Operação Bandeirantes, apenas um dia depois do crime, e foram torturados na Oban. Ivan leu a manchete sobre a morte do pai em uma banca de jornal ao ser levado pelos policiais para um ‘passeio’. Na volta ainda encontrou Joaquim vivo. Ele seria morto, de fato, horas depois. Os jornais do dia seguinte se limitariam a reproduzir a nota oficial dos órgãos de repressão com a notícia que a ‘Folha da Tarde’ havia estampado na véspera com detalhes, segundo a tese, como se tivesse repórter no local. ‘Toda a caçada ao capitão Carlos Lamarca, que havia desertado do Exército levando armas e munições do quartel de Quintaúna, em São Paulo, comandado pelo coronel Antônio Lapiane, tio de Ággio, que até hoje é vinculado à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, vinha carregada de tintas fortes e se referia ao guerrilheiro como ‘louco’, afirma Beatriz. ‘A esquerda atribui à ‘Folha da Tarde’ a legalização de muitas mortes em tortura e `assassinatos acidentais´ de militantes em confronto com a polícia. Se sumissem todos os jornais que circularam um dia depois da missa ecumênica pela morte do jornalista Wladimir Herzog e só restasse a ‘Folha da Tarde’, não se saberia de nada. A cerimônia parou São Paulo, mas a FT não deu uma linha.’ A relação entre jornalistas e policiais já tinha sido exposta por Percival de Souza, repórter setorista de Polícia de ‘O Estado de S. Paulo’ e do ‘Jornal da Tarde’ e autor de biografias de figuras sombrias da ditadura, como o delegado Sérgio Paranhos Fleury, o temido e sanguinário torturador do Deops do Largo General Osório, em São Paulo, desenhado por ele como um amante adolescente. ‘Cães de guarda’ vai além. Esmiúça até à sarjeta o papel da imprensa na ditadura. Para se adaptar à autocensura não faltaram estratégias peculiares. A editora de uma revista de circulação nacional preparou um funcionário para dar curso aos censores de como realizar a tarefa. Uma rede de televisão contratou ex-censores para delimitar o permitido. Por abrigar jornalistas colaboracionistas algumas redações ficaram conhecidas como ‘ninho de gansos’. Era assim que eles eram tratados nos órgãos de repressão. Os jornalistas da ‘casa’ que cobriam o Deops não passavam pela revista a que eram submetidos os colegas com menos intimidade com os porões da ditadura - seguiam direto por uma entrada lateral, reservada aos policiais, apelidada de ‘passagem dos gansos’. ‘Muitos jornalistas trocaram a narrativa de um acontecimento pela publicação de versões que corroborassem o ideário repressivo’, diz Beatriz. ‘Fiéis aos seus donos, os cães de guarda farejaram uma brecha e, ao defender o castelo, nos venderam uma imagem errada. Quando o tabuleiro do poder mudou, muitos desses servidores foram aposentados, outros construíram para si uma imagem positiva e até mesmo heróica, distanciando-se do que haviam feito. Outros tantos se readaptaram e estão na mídia como sempre.’ Talvez alguns jornais brasileiros nunca tenham se aproximado tanto da imagem de papel de embrulhar peixe."http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos/asp121220016.htm

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O Tambor não mente jamais - salve, salve meu Salgueiro campeão!


Salve, salve o meu salgueiro o campeão 2009 do carnaval..

eu já tinha dito isso, afinal, vinha sentido os tambores...ou melhor o tambor do meu salgueiro..

agora é somente comerorar muito...

salgueiro pras cabeças....!!!


Para os meus amigos desavisados..segue a letra do nosso lindo samba...

O TAMBOR NÃO MENTE JAMAIS....SALVE OS MESTRES DO SALGUEIRO...E DE TODOS OS SANTOS...


abs,

MOisés Silva
Jornalista, Historiador e Educador....



Autores - Moisés Santiago, Paulo Shell, Leandro Costa e Tatiana LeiteIntérprete - Nêgo

Tambor

O som do meu tambor ecoa… ecoa pelo arE faz meu coração com emoção… pulsar!Invade a alma… alucinaÉ vida, força e vibração!Vai meu Salgueiro… SalgueiroEsquenta o fogo da paixãoRessoou da natureza… primitiva comunicação!Da África… dos nossos ancestraisDos deuses… nos toques rituaisNas civilizações… culturaArte, mito, crença e cura
Tem batuque… tem magia… tem axé!O poder que contagia… quem tem fé!Na ginga do corpo… emana alegriaDesperta toda energia!
No folclore a herançaNo canto, na dança… É festa… é popular!Seu ritmo encanta, envolve, levanta…E o povo quer dançar!É de lata, é da comunidadeBatidas que fascinamEsperança… social, transforma… ensina!Ao mundo deu um toque especialÉ show… é samba… é carnaval!
Vem no tambor da academiaQue a furiosa bateria… vai te arrepiar!Repique, tamborim, surdo, caixa e pandeiroSalve os mestres do Salgueiro

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

É carnaval....encontro com todos nos blocos!!!!!


Galera,

É carnaval galera....se beber não dirija e se transar use camisinha...no mais....beba muita cerveja....zoei muito... e de beijo na boca.......

Segue abaixo guia completo dos blocos de ruas do rio de janeiro...se quiser me encontrar me liguem ou apareçam por lá nos blocos.....

abs,


Volto depois de domingo...depois da quarta-feira de cinzas...

Moisés Silva
Jornalista, Historiador e Educador....


Agendão do carnaval atualizado !!!
Salve, galera! Aí vai mais uma atualização do nosso agendão. Para começar, esta quinta-feira de carnaval já tem pelo menos duas atrações 0800 pelo centro da cidade: Banda da Rua do Mercado, a partir das 18h, e o Bonde do Samba, que concentra a partir das 16h (e sai às 18h) na estação do bondinho (bonde de Santa Teresa) do centro, perto do prédio da Petrobras. Outra dica é a seguinte, a Riotur/Prefeitura está com um site atualizado que tem a agenda de todos os blocos que conseguiram autorizações para desfilar no centro, Tijuca, Barra e Zona Sul. Portanto, qualquer dúvida ou se não achar o bloco que você quer aqui no nosso agendão clique AQUI (lá no site, clique na opção blocos no menu superior). Os horários do site da Riotur são os fornecidos nas autorizações dadas pelas administrações regionais da prefeitura para os blocos. Abraços e aproveitem bastante! QUINTA-FEIRA, 19/02
Banda da Rua do Mercado:

Sai às 18h na Rua do Mercado, ao lado da Praça XV.

Bonde do samba Três bondes partem do terminal próximo à Petrobras com destino à Santa Teresa. Concentração às 16h e saída às 18h. Um dos objetivos do projeto, idealizado pelo compositor Bandeira Brasil, é resgatar os antigos carnavais nos bondes. Entre convidados estão Rei Momo, Wilson Moreira, Renatinho partideiro, músicos do Cacique de Ramos, Ney Lopes, Toninho Gerais, Cordão Agoniza mais não Morre, Tantinho da Mangueira e Marquinhos de Oswaldo Cruz, além de Bandeira Brasil e outros. Também haverá participação dos blocos Afoxé Filhos de Gandhi, Cordão Agoniza Mais Não Morre, Badalo de Santa Teresa e Bip-Bip.

Baile do Trapiche Gamboa A animação ficará por conta do time que está no espetáculo Sassaricando: Pedro Paulo Malta, Alfredo Del Penho, Luis Felipe Lima, Oscar Bolão, Dirceu Leite e Beto Cazes. Eles comandam a noite com marchinhas e vários sambas consagrados. Haverá concurso de fantasias. Rua Sacadura Cabral, 155, Gamboa, às 23hs. Tel: 2516-0868. R$ 30.
Mamelúdicos Eufóricos e Outros Inerteofóbicos Frenéticos O bloco desfila às 20h na Visconde de Caravelas, em Botafogo. É composto por alunos da oficina Mix Carnavalesco, e sai ao ritmo de samba, côco, maracatu, ciranda, jongo, funk, entre outros. Apresenta pequenas coreografias ensaiadas, mescladas a momentos de improviso corporal. É acompanhado do DJ Franz e conta com a participação especial do Bloco do CEAT regido por Gabriel Aguiar, integrante do grupo Batucantá, e com o auxilio luxuoso das cantoras Bethi Albano e Claudia Baldarelli.
Baile do Boitatá com Quizomba no Circo Os blocos Cordão do Boitatá e Quizomba fazem seu segundo baile pré-carnavalesco no Circo Voador. A partir das 22h. Preços: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (estudante). Baile de Máscaras do Spanta Neném O baile será animado por Pedrinho Miranda e Veronica Ferriani (voz), acompanhados de Luis Felipe Lima (Violão e direção musical), Serginho Procópio (cavaquinho e voz), Edu Neves (sopro) , Roberto Marques (sopro), Thiaguinho da Serrinha (percussão), Pretinho da Serrinha (percussão), Mestre Trambique (percussão) e Paulino Dias (percussão). Será no Iate Clube, às 22h. Buffet e bebidas estão incluídos. Informações: 21 8356-2240. SEXTA-FEIRA, 20/02 Azeitona sem caroço Bloco superfamiliar que sai do Bar Azeitona, na esquina da Dias Ferreira com a Bartolomeu Mitre, no Leblon. Concentração a partir das 20h. Bip Bip É onde todo mundo vai parar no fim da noite. Trata-se de uma grande e deliciosa bagunça que sai da Almirante Gonçalves, em Copacabana, no primeiro minuto após a meia-noite. Bloco das Carmelitas Eles não divulgam o horário, mas têm saído bem cedinho, por volta de 16h, com concentração às 14h. Sai da Rua Dias de Barros, esquina com a Ladeira Santa Teresa, e segue até o Largo dos Guimarães, em Santa Teresa. Para quem não quer perder de jeito nenhum, a boa é chegar cedo e ficar por ali biritando. No site da prefeitura, eles dão o horário a partir das 13h. Concentra mas não sai Fica na rua Ipiranga, em Laranjeiras, só na concentração, a partir das 20h. É cheio pra caramba! Badalo de Santa Teresa Concentra no Largo das Neves, emSanta Teresa, às 20h Rival sem Rival É o bloco que sai em frente ao Teatro Rival e pega um monte de gente que está saindo do trabalho e pára por ali para tomar uma cervejinha. Concentração às 17h na rua Álvaro Alvim, 33. Os homenageados do ano são Moacyr Luz e o autor Agrião. Rola Preguiçosa O bloco se concentra às 19h, na Av. Epitácio Pessoa esquina com Maria Quitéria, na Lagoa. Entra em Ipanema e segue pela Rua Farme de Amoedo. Tambor Carioca Baile de carnaval no Sacadura (rua Sacadura Cabral, 147, na Gamboa). O ingresso dá direito ao café da manhã que será servido depois da apresentação. Vem ni mim que sou facinha Se concentra na Praça General Osório, esquina com Prudente de Moraes, em Ipanema, em frente à Casa da Feijoada. A partir das 16h. Baile no Trapiche da Gamboa A festa será comandada pelo cantor Moyséis Marques. Trapiche Gamboa – Rua Sacadura Cabral, 155, Gamboa, às 23hs. Tel.: 2516-0868. R$ 30. Bloco Brejeiro Sai às 19h , com concentração no acesso ao metrô do Flamengo. Orquestra Popular Céu na Terra Faz show no no Rio Scenarium às 22h. Ingresso a R$25. Rua do Lavradio, 20, Lapa. Baile à fantasia com Moyséis Marques no Trapiche Ele cantará várias marchinhas e sambas de várias gerações para esquentar a turbina dos foliões. A noite promete relembrar os bailes de antigamente com muita fantasia e alegria no salão. Rua Sacadura Cabral, 155, Gamboa, às 23h. Tel: 2516-0868. R$ 30.

Sapucapeto

Bloco da estilista Isabela Capeto e do sambista Leandro Sapucahy vai concentra (o bloco não desfila, fica parado) na Rua Dias Ferreira, no Leblon, em frente ao número 45, a partir das 18h. É o primeiro ano do bloco.SÁBADO, 21/02 Embaixadores da Folia O bloco, neste segundo desfile, faz sua concentração alcóolica às 5h com uma roda de samba na Praça Mauá, antes de emendar no Bola Preta (esquina Av. Rio Branco com Rua São Bento). A partir das 5h A Pedrinha É um bloco novo de crianças, formado pela turma dA Rocha, que está em seu segundo ano. Sai do Planetário e faz um desfile com percurso reduzido até a PUC, na Gávea. A roda de samba começa às 10h. Banda de Ipanema Leva milhares de travestis, drags e gringos à praia de Ipanema. Faz seu segundo desfile do carnaval com concentração a partir das 15h, na Praça Gal. Osório com R. Teixeira de Melo, às 15h Barbas O bloco sai às 16h na esquina da Arnaldo Quintela com a Assis Bueno, em Botafogo. É uma boa pedida para quem sobreviver ao Bola Preta. Rola um carro-pipa que sai molhando todo mundo. A boa é deixar o celular dentro de uma sacola plástica, daquelas tipo zip. Bloco do Carioca da Gema Fez seu primeiro desfile em 2007 e desde então tem sido uma ótima opção. Às 16h, na Rua do Lavradio, com participação de cantores da Lapa Céu na Terra O bloco faz seu segundo desfile pelas ruas de Santa Teresa, desta vez no chão. Neste ano ele mudou o trajeto: sai da Pracinha da Rua Áurea, mas não divulga o horário. Entretanto, no site da prefeitura, o horário do bloco está a partir das 8h. Cordão da Bola Preta Sai da Cinelândia a partir das 9h. Prepara-se para um mar de gente. É o maior barato e todo mundo brinca fantasiado, ao som de marchinhas e sambas de escolas. Cordão da Prata Preta A partir das 16h, na rua Sacadura Cabral, 375. Dois pra lá dois pra cá É o bloco criado por Carlinhos de Jesus. Concentração a partir das 14h na Casa de Dança Carlinhos de Jesus. Rua Álvaro Ramos, 11, Botafogo. Embaixadores da Folia Eles se concentram às 5h, antes do desfile do Bola Preta. Fica na Av. Rio Branco com a Rua São Bento, na altura da Praça Mauá, Centro. E depois emendam com o Bola Preta. Empolga às 9h Concentração a partir das 15h, na Casa da Matriz, em Botafogo. Rua Henrique Novaes, ao lado de Furnas. Salsa e Cebolinha Concentração na rua Gomes Freire, a partir das 13h. Turma do Gato O bloco sai do Bar do Gato, na Rua Djalma Dutra, em Pilares. Concentração às 14h Zumbi de Pilares Concentração às 19h em Pilares, no Largo de Pilares. A Rocha Apresentação do bloco no Circo Voador. Horário e preços ainda não confirmados. Fogo na Cueca O bloco Fogo na Cueca desfila no dia 21 de fevereiro (sábado de carnaval) com sua concentração marcada para as 12h em frente ao Bar Pontinho, que se encontra na rua Décio Vilares, n° 360, no Bairro Peixoto em Copacabana. Cacique de Ramos e Bafo da Onça Segundo a Riotur, os blocos de empolgação desfilam pela Avenida Rio Branco nos quatros dias de carnaval, das 14h às 19h, no Centro. Mas eu sempre cheguei mais tarde, por volta de 21h, e dava para pegar os desfiles. Não sei como vai ser nesse ano... É uma bagunça danada, muito divertida para quem já passou o dia em outros blocos. O presidente do Cacique tá dizendo nos posts que o bloco desfila às 20h. Escangalha O bloco sai da Major Rubens Vaz, na Gávea, com concentração na (ex) Rua Orsina da Fonseca, no largo que fica entre duas escolas públicas, ao lado da Praça Santos Dumont. No ano passado, a concentração estava marcada para 14h e a saída para 15h30m. Empurra que Pega Leblon Desfile do bloco na Ataulfo de Paiva, no Leblon. Concentração na Praça Cazuza, Às 17h. Ulalá Balancê O bloco, organizado pela Aliança Francesa, vai desfilar em Copacabana às 15h. A concentração começa às 14h em frente ao Posto 6 e o bloco desfila pela orla até a rua Figueiredo Magalhães. Pega pra Sambar Sai da rua Gomes Freire, na Lapa, a partir das 10h. Baile à fantasia com Pedro Miranda no Trapiche Ao lado de Makley Mattos e o grupo Na Gamboa, formado por Jayme Vignoli, Rogerinho Caetano e Paulino Dias, o cantor vai animar a festa. Rua Sacadura Cabral, 155, Gamboa, às 23h. Tel: 2516-0868. R$ 30. Não Mexe Que Fede O Bloco fará seu desfile pelas ruas do Leme. A concentração será a partir das 15h, na Rua Antonio Vieira(Pça Ary Barroso). O desfile está previsto para 18h. Banda da Sá Ferreira A tradicional banda do pessoal da Rua Sá Ferreira, de Copacabana, e adjacências completa 38 anos e desfilará todos os dias de carnaval. A concentração é às 16h na Rua Sá Ferreira, esquina com a Avenida Atlântica.

Multibloco É da turma gente-boa do espaço Multifoco, que abriu na Lapa. O bloco concentra às 11h, da Av. Mem de Sá, 126, Lapa.
DOMINGO, 22/02

Amigos da Joaquim Méier Desfile do bloco Amigos da Joaquim Méier, a partir das 19h, na Principal Rua do Méier, a Dias da Cruz. Cores: Azul e Branco. Bangalafumenga Fica bem cheio, mas quem consegue ficar pertinho diz que vale a pena. Às 16h, com concentração na Pacheco Leão, perto do Clube Condomínio, no Jardim Botânico. Mistura funk, ciranda, maracatu, samba, MPB e outros gêneros. Bohêmios de Irajá Sai às 16h da Avenida Rio Branco esquina com Presidente Vargas, no Centro. É um dos mais tradicionais do Rio. Cacique de Ramos e Bafo da Onça Segundo a Riotur, os blocos de empolgação desfilam pela Avenida Rio Branco nos quatros dias de carnaval, das 14h às 19h, no Centro. Mas eu sempre cheguei mais tarde, por volta de 21h, e dava para pegar os desfiles. Não sei como vai ser nesse ano... É uma bagunça danada, muito divertida para quem já passou o dia em outros blocos. O presidente do Cacique tá dizendo nos posts que o bloco desfila às 20h. Cordão do Boitatá Atenção, galera. Faz anos que o bloco não esconde mais o horário e promove um lindo baile na Praça XV, a partir das 9h. Eu gosto de chegar mais cedo para pegar a saída no arco do Teles. A graça está em ir fantasiado. Cordão do Boi Tolo Emenda com o Boitatá, por volta das 11h, na Praça XV. Que merda é essa? Se concentra no bar Paz e Amor, na esquina das ruas Garcia D'Ávila e Nascimento Silva, em Ipanema. Era um bloco que dava um encontrão no Simpatia é Quase Amor. Por isso, o nome. O bloco sai Às 14h Simpatia é Quase Amor Sai da Praça General Osório às 16h. Nos últimos anos tem ficado bastante cheio. Por causa disso, tem saído mais cedo que o programado. Cuidado com carteiras e telefones celular, pois há muitos furtos registrados, assim como em outros grandes blocos. Bloco Cru Desfile do bloco com concentração às 19h, em frente ao Pista 3. End: R. São João Batista, 14 - Botafogo. Clássicos do rock em ritmo de marchinha, funk, samba e o que mais uma orgia carnavalesca tem direito: Queen - Caetano - Stones - Noel - Nirvana - Braguinha - Kiss - Lamartine - Radiohead - Carmen - Amy e muito mais! Banda da Sá Ferreira A tradicional banda do pessoal da Rua Sá Ferreira, de Copacabana, e adjacências completa 38 anos e desfilará todos os dias de carnaval. A concentração é às 16h na Rua Sá Ferreira, esquina com a Avenida Atlântica.
Laranjada Samba Clube Neste ano, o bloco sai no domingo. Concentração às 17h na rua General Clicério, em Laranjeiras. Saída às 19h.

SEGUNDA, 23/02 Bloco Corre Atrás Sai toda segunda de Carnaval e concentra por volta de 12h no Bar Azeitona e Cia, no Leblon, na Dias Ferreira. Bloco de Segunda É um dos mais antigos do Rio e faz parte da liga dos blocos Sebastiana. Antigamente, era uma das únicas opções da segunda de carnaval, mas agora que surgiram outros blocos, dizem que ficou bem agradável no ano passado. O clima, geralmente, é bem mais familiar que o de outros blocos gigantes. Sai da Cobal do Humaitá. Pelo site da prefeitura, a concentração começa a partir das 15h) Cacique de Ramos e Bafo da Onça Segundo a Riotur, os blocos de empolgação desfilam pela Avenida Rio Branco nos quatros dias de carnaval, das 14h às 19h, no Centro. Mas eu sempre cheguei mais tarde, por volta de 21h, e dava para pegar os desfiles. Não sei como vai ser nesse ano... É uma bagunça danada, muito divertida para quem já passou o dia em outros blocos. O presidente do Cacique tá dizendo nos posts que o bloco desfila às 20h. Cordão Umbilical Sai às 12h, no Largo dos Leões. Todos dizem que é a coisa mais linda do mundo. Eles cantam baixinho quando passam em frente ao hospital. Pede Passagem Sai do Jóquei da Gávea e dá a volta na praça Santos Dumont. Se concentra a partir das 14h e não tem hora exata para sair. Ainda é um bloco pequeno e, por isso, o clima é bem agradável. Rancho Flor do Sereno Até o ano passado, eles montavam um palco em frente ao bar Bip-Bip. Se nada mudar, o baile rola a partir das 19h. Songoro Cosongo O bloco foi uma agradável surpresa de 2007. Mistura ritmos latinos, especialmente a salsa, e conta com vários estrangeiros entre os músicos. Sai do Curvelo e vai até o bar do Gomes, em Santa Teresa. Às 11h. Volta Alice Sai da pracinha em frente à Tasca do Edgar, na rua Alice, em Laranjeiras. Neste ano, eles sairão às 10h.

Exalta ReiO Bloco, que só vai tocar músicas do Roberto Carlos em ritmo de samba, começa na Rua João Luiz Alves, em frente ao número 78, e segue em direção à rua Cândido Gaffré, até a Avenida Portugal, perto da casa do Rei. A concentração é a partir das 18h. Será o primeiro desfile do cordão.
A Rocha Show do bloco no Circo Voador - Lapa. Horário e preços ainda não confirmados. Mão na Lata A concentração vai ser às 17h em frente ao CIEP da rua do Lavradio, na Lapa.
Banda da Sá Ferreira A tradicional banda do pessoal da Rua Sá Ferreira, de Copacabana, e adjacências completa 38 anos e desfilará todos os dias de carnaval. A concentração é às 16h na Rua Sá Ferreira, esquina com a Avenida Atlântica. TERÇA, 24/01 Mulheres de Chico O bloco faz baile no Rio Scenarium. A Rocha Foi criado por estudantes da PUC que tocavam nas casinhas da Geografia. Sai da Praça Santos Dumont, na Gávea, e vai do Baixo até o Planetário. Horário a confirmar Cacique de Ramos e Bafo da Onça Segundo a Riotur, os blocos de empolgação desfilam pela Avenida Rio Branco nos quatros dias de carnaval, das 14h às 19h, no Centro. Mas eu sempre cheguei mais tarde, por volta de 21h, e dava para pegar os desfiles. Não sei como vai ser nesse ano... É uma bagunça danada, muito divertida para quem já passou o dia em outros blocos. O presidente do Cacique tá dizendo nos posts que o bloco desfila às 20h. Banda de Ipanema O tradicional bloco, que mistura travestis, famílias, criancinhas e heteros, na maior democracia, sai às 15h da Praça Gal. Osório com a Teixeira de Melo, em Ipanema. Bagunça meu Coreto Desfile de marchinhas com a Banda da Lira de Ouro. Nesse ano, sai às 10h da Praça São Salvador, no Flamengo, com a banda Lira de Ouro. Bloco da Ansiedade É um bloco de frevo que sai de Laranjeiras, do mercadinho São José, às 16h. Conta com bonecos gigantes e dançarinos. Se concentra a partir das 15h e sai da Rua Gago Coutinho até o Largo do Machado, contorna a igreja e volta ao Mercadinho pela Rua das Laranjeiras. Dica: se você antes for ao Carmelitas, em Santa Teresa, jamais coma uma moqueca antes de descer para o Ansiedade. Aliás, nada de moquecas durante o carnaval. Bloco das Carmelitas Sai do Largo dos Guimarães, em Santa Teresa, e volta para o Curvelo, de onde saiu na sexta-feira. O Bloco não divulga o horário. Tradicionalmente, saía às 18h, mas lotava as ruas do bairro e ficava insuportável. Ultimamente, tem saído pela manhã. Clube do Samba Neste segundo desfile, o bloco fundado por João Nogueira sai às 14h na Avenida Atlântica, esquina com Santa Clara. Quem vai de metrô, pode descer na Siqueira Campos. Embaixadores da Folia Nunca vi um bloco desfilar tanto, mas todos amam. É às 19h, na Avenida Rio Branco com a Rua da Alfândega, no Centro. Meu Bem, Volto Já Sai da Avenida Princesa Isabel, no Leme, a partir das 15h. Este ano, desfilará com dois sambas.Quizomba É o bloco da galera da oficina de percussão do Circo Voador, mas mistura uma turma do Monobloco, do Banga, do Empolga, entre outras. Sai às 16h e tem no repertório sambas-enredo e marchinhas Se me Der, Eu Como! Sai às 16h da Rua do Matoso, esquina com a Doutor Satamini, na Tijuca. Oferece recreação para os pequenos. Vem ni mim que eu sou Facinha Sai às 17h da Rua Prudente de Moraes, 10, em Ipanema Vagalume Sai às 20h do Jardim Botânico. Eu já fui umas duas ou três vezes, mas acho cheio pra caramba e tem um clima meio hostil. Talvez porque a galera já esteja muito doida a essa altura do campeonato. Zoobloco É o bloco do pessoal da área de saúde. Os foliões vão vestidos de bichinhos e as crianças adoram. O bloco sai do Arco do Telles, na Praça XV. Dizem que neste ano o desfile será de manhã, mas ainda não temos a confirmação. Tô que Tô Sem Fim O desfile do Bloco Tô que Tô Sem Fim. A concentração ficará na Rua Gilberto Cardoso, em frente à Cobal - Leblon, a partir das 14h. Bloco dos Cachaças Desfile praia da Barra - saída da casa do Zeca Pagodinho (altura do trailer do Lelê) - Concentração às 12h. Começo do desfile às 15h. Baile do Trapiche da Gamboa O pessoal do Sassaricando volta ao Trapiche para encerrar as comemorações de carnaval. Trapiche Gamboa – Rua Sacadura Cabral, 155, Gamboa, às 23hs. Tel.: 2516-0868. R$ 30. Empurra que Pega Leblon Desfile do bloco na Ataulfo de Paiva, no Leblon. Concentração na Praça Cazuza, Às 17h. Orquestra Voadora Apresenta-se como uma "brass band", mas vai virar bloco neste ano. Concentra-se às 16h atrás do MAM, no Parque do Flamengo. Baile à fantasia no Trapiche com a turma do Sassaricando Pedro Paulo Malta, Alfredo Del Penho, Luis Felipe Lima, Oscar Bolão, Dirceu Leite e Beto Cazes fecham o carnaval. Eles prometem fazer um baile para deixar saudade. No repertório muita marchinha e vários sambas consagrados. Rua Sacadura Cabral, 155, Gamboa, às 23h. Tel: 2516-0868. R$ 30 Bloco Carnavalesco Muvuca do São Carlos Desfila na Rua São Carlos, 125, Estácio. Concentração a partir das 15h. O site do bloco é www.muvucadosaocarlos.kit.net Banda da Sá Ferreira A tradicional banda do pessoal da Rua Sá Ferreira, de Copacabana, e adjacências completa 38 anos e desfilará todos os dias de carnaval. A concentração é às 16h na Rua Sá Ferreira, esquina com a Avenida Atlântica. Bloco Cardosão de Laranjeiras O tradicional bloco dos anos 70 e 80, após 11 anos de ausência no Carnaval carioca, volta a desfilar neste carnaval. A concentração é a partir das 14h na Rua Cardoso Júnior, 420 (quadra), em Laranjeiras. A camiseta do Bloco vem com uma homenagem a Franco Lattari, médico e grande compositor da União da Ilha, que começou no Cardosão. Além do samba de 2009, o Bloco irá recordar antigos sambas, inclusive os de composição do Dr. Franco.
Largo do Machado mas não Largo do Copo
O tema é "Ô, abre alas que eu quero beber". Cores: branquinha e amarelinha. No repertório, marchinhas que falem de bêbados. O percurso é uma volta em torno do Largo do Machado para não correr o risco de ficar mais tonto ainda. Concentração etílica às 15h51m, no Largo do Marchado.
Vade Retro O Bloco é novo e neste ano o tema é "Vade Retro, crise - Arte dá dinheiro". Se concentra às 15 horas na Pracinha do Arpoador. A saída será às 17h, em direção ao Posto 9. QUARTA-FEIRA DE CINZAS, 25/02 Me beija que eu sou cineasta O bloco se concentra a partir das 8h no Baixo Gávea. Com direito ao já tradicional banho no Chafariz. Mas na verdade ele sai lá pelo meio-dia. QUINTA-FEIRA, 26/02

Voltar pra Quê?

O bloco faz um desfile para encerrar o carnaval. Concentração em frente ao Rival, na Cinelândia, por volta de 20h.

SÁBADO, 28/02 Batucada do Mulheres de Chico Será na Praça Antero de Quental, no Leblon. Concentração às 16h. Bafafá O bloco toca nas areias do posto 9. Animando a festa, o Cordão do Bola Preta e o DJ Franz, nos intervalos. Há promessa de canjas de sambistas renomados. Ainda não temos o horário. DOMINGO, 01/03 Monobloco Desfila na Orla de Copacabana, com concentração marcada para às 8h, em frente ao Posto 6. A saída deve rolar uma hora depois.

domingo, 15 de fevereiro de 2009



REFLEXÕES DE FIDELDecifrando o pensamento do novo presidente dos Estados Unidos(Extraído do CubaDebate)
NÃO é muito difícil. Depois da tomada de posse, Barack Obama declarou que para a devolução da base naval de Guantánamo a seu dono legítimo devia sopesar, em primeiro lugar, se prejudicava ou não, no mínimo, a capacidade defensiva dos Estados Unidos.
Logo acrescentou que, quanto à devolução do território ocupado a Cuba, devia considerar, sob quais concessões a parte cubana aceitaria essa solução, o que significa a exigência de uma mudança em seu sistema político, preço contra o qual, Cuba lutou durante meio século.
Manter uma base militar em Cuba contra a vontade do nosso povo, é uma violação dos mais elementares princípios do Direito Internacional. O presidente dos Estados Unidos tem faculdade para acatar essa norma sem condição alguma. O fato de não respeitá-la constitui uma ação de soberba e abuso de seu imenso poder contra um país pequeno.
Para compreender melhor o abuso do poder do império, deve se levar em conta as declarações publicadas pelo governo dos Estados Unidos, em 22 de janeiro de 2009, no site oficial da internet, depois da posse de Barack Obama. Biden e Obama resolveram apoiar decididamente a relação entre os Estados Unidos e Israel, e consideram que o indiscutível compromisso no Oriente Médio deve ser a segurança de Israel, o principal aliado dos Estados Unidos na região.
Os Estados Unidos nunca vão se afastar de Israel, e seu presidente e vice-presidente "acreditam firmemente no direito de Israel de proteger seus cidadãos", assegura a declaração de princípios, que retoma nesses pontos a política do governo do antecessor de Obama, George W. Bush.
É esse o modo de compartilhar o genocídio contra os palestinos em que caiu o nosso amigo Obama. Adoçantes similares oferece à Rússia, China, Europa, América Latina e ao resto do mundo, depois que os Estados Unidos converteram Israel numa importante potência nuclear que abosorve a cada ano uma porção considerável das exportações da próspera indústria militar do império, com que ameaça, com violência extrema, a população de todos os países de crença muculmana.
Abundam exemplos similares. Não faz falta ser adivinho. Podem ler, para mais informação, as declarações do novo chefe do Pentágono, experto em assuntos bélicos.
Fidel Castro Ruz29 de janeiro de 200918h17

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Quantas Paulas devem existir por aí?


Galera,


Faço minhas as palavras de Laerte Braga sobre o caso de Paula, na Suiça que desnudou a cara da europa viciada e decadente de idéias e cultura..


ABS,


Moisés Silva

Jornalista, Historiador e Educador



UMA BRASILEIRA NO PRIMEIRO MUNDO – PRIMEIRO MUNDO?


Laerte Braga

Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, trabalhou no Estado de Minas e no Diário Mercantil.


A suíça não é necessariamente um país, muito menos nação. É um aglomerado de interesses mesquinhos e coberta com a lona da neutralidade hipócrita de robôs que caminham pelas ruas a despeito das belas paisagens que por lá existem. Suíço não sente, faz contas. Suíço não se envolve, mas guarda toda a sujeira possível em seus bancos e ainda garante segurança absoluta.A primeira reação da polícia suíça à agressão sofrida pela advogada brasileira Paula Oliveira por jovens nazistas chamados de skinheads foi tentar rotular a moça como prostituta. Não é, mas mesmo que fosse. Trabalha para uma empresa no amontoado de "negócios" que chamam de suíça e tem condição regular segundo as leis dos bancos que governam o que chamam de país.Há dias um deputado italiano, ettore pirovano, declarou no parlamento de seu país que os brasileiros não são conhecidos "pela fama dos seus juristas, mas por suas dançarinas". Imagina que juristas brasileiros sejam como gilmar mendes. É o que conhece e avaliou pelo relato do seu embaixador no Brasil. O tal que entrou pela porta dos fundos de gilmar e saiu pelos fundos também. Com certeza deixou fundos, gilmar não opera se não for assim. Tucano nenhum opera se não for assim.gilmar é dançarina. Gosta que os clientes coloquem notas de dólares no entre-seios do sutiã dos hábeas corpus e decisões determinadas pelos controladores do stf dantas incorporation ltd.Que diferença faria se Paula de Oliveira fosse prostituta como pretendeu rotular a polícia do amontoado de bancos chamado suíça? Seria "menos gente" por isso? Atenuaria a boçalidade de doentes mentais que tatuam suásticas e agora o sucedâneo, estrelas de davi em suas cabeças?Justificaria a barbárie contra a moça?A decisão do ministro das Relações Exteriores Celso Amorim de exigir providências duras, enérgicas e severas dos blocos de gelo que operam os bancos que chamam de país mostra um Brasil diferente daquele servil e covarde, fascinado com esse negócio de europa – um continente em extinção – .Quando policiais britânicos assassinaram o brasileiro Jean Charles numa estação do metrô em londres a primeira alegação foi que Jean estava ilegal naquela colônia norte-americana, a grã bretanha. Isso muda o que? A natureza do fato, um assassinato?Ao longo dos séculos desde que portugueses aportaram por aqui e espanhóis, ingleses e franceses no resto da América, temos sido sistematicamente saqueados por países europeus. O que mudou após a suposta independência de países como o Brasil foi a forma como os colonizadores saqueiam.Se os eua conseguiram se transformar numa potência e inverteram o jogo, hoje colonizam o antigo colonizador isso é outra história, até porque aprenderam foi a receita e substituem os antigos colonizadores por aqui.Acostumamo-nos a ser dóceis e servis no fascínio por paris. Claro que é uma cidade fascinante. Óbvio que a História é um processo.É hora de sermos adultos. Passamos dos 500 anos. Somos jovens. Mas há um conceito que nos diferencia de suíços. Somos nação, ou ainda somos nação, apesar da barra da tijuca, da fiesp/daslu, dos agnelli ditando ordens. Os suíços não. São queijos de ótima qualidade, chocolate idem, relógios já nem tanto e bancos. Organizações criminosas.À época da II Grande Guerra cantava-se uma paródia que dizia que oliveira salazar, ditador fascista de portugal, mandou cobrir o país com uma lona e escrever e cima – "portugal mudou-se" – .A tal da neutralidade que não tem nada de neutra.Skinheads existem em São Paulo, um país vizinho que fala a mesma língua e é controlado pelo condomínio fiesp/daslu/tucano/dem. Na capital paulista ainda existe um jornal que acha que D. Pedro I governa o Brasil e José Bonifácio é uma espécie de primeiro-ministro. Já estamos na quinta ou sexta geração de andradas, historicamente os maiores chapas brancas do Brasil. Há quem diga que chegaram com d. joão VI, no duro mesmo vieram com cabral.É hora de varrer com essa gente também. São os que pretendem manter o Brasil servil, submisso, produtor de matérias primas e aceitando passivamente que a polícia de uma organização criminosa – bancos – chamada suíça, rotule uma brasileira de prostituta e tente justificar assim a violência característica e típica do modelo que exportam.Um modelo prostituído.O mesmo que leva um jovem preso pela Polícia Federal por tráfico de drogas a declarar que "faço isso para manter o meu padrão de vida".Trinta milhões de brasileiros pegaram o telefone e ligaram para a globo. Para que? Votar pagando para eliminar um dos ocupantes de um bordel televisivo.É uma das formas de manter o Brasil colônia e por essas e outras é que a polícia dos bancos que chamam de suíça rotula Paula de Oliveira.Não há necessidade de enviar tropas. Basta entrar pelos fundos no gabinete do ministro presidente da suposta suprema corte, deixar fundos sem ser visto, exportar o modelo fashion de queijos cujo charme são buracos (são deliciosos, lógico, mas fazemos igual).A decisão do ministro Amorim, um chanceler à altura do desafio de enfrentar bancos e empresas chamados de país, de exigir respeito a um País de gente chamado Brasil, a despeito da globo e dos colonizadores (suíços, italianos, americanos, ingleses, franceses, o que for) serve para mostrar que aqui nem todos se chamam gilmar mendes, ou josé serra, ou fhc, ou aécio.E nem todo mundo se deixa levar pelo conto dos heróis de pedro bial, o rufião do bbb.E até porque os skinheads daqui são cópias dos skinheads de lá. Filhos do modelo prostituído e prostituidor dos bancos que chamam de suíça. E quejandos.Não é por acaso que esse trem de agências bancárias que chamam de suíça fica perto da itália e por lá pontifique um novo duce, silvio berlusconi. Nem por acaso que aqui esteja para ser julgado um processo de extradição envolvendo um refugiado político, Cesare Battisti. E que o parlamento europeu (votaram menos de dez por cento dos deputados, mas a globo não falou isso, é deles) queira que o Brasil o entregue a sanha dos skinheads travestidos de senhores do mundo.Não são mais.A realidade hoje é só acordarmos e enxergar que não precisamos deles para nada. Mas eles não serão nada mais depressa do que vão sendo, se reagirmos acabando tanto com os saques de piratas agnelli (vale) ou dos associados aqui. Aprenderão a respeitar todas as nossas Paulas.

Fonte: http://www.faces-do-brasil.com.br/ em 13/02/09

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Parabéns Serrano e Moana!


Casamento sempre é uma data de confirmações, começos, recomeços e principalmente, momento de afirmar a construção de uma nova vida, que deixa de ser individual e tende a se coletivizar ao longo tempo, afinal primeiro vem os parceiros, as escovas de dentes, os problemas e as soluções..Mas logo, aparece os novos laços, os filhos..e quem sabe netos e bisnetos...

Portanto, hoje é o dia Serrano e Moana, desejo aos dois vida longa a sua união...! Espero que eu consiga sobreviver a linda festa que está programada na Confeitaria Colombo.... Depois, conto o que rolou!

Viva aos Noivos!!!!


abs,



Moisés Silva

Jornalista, Historiador e Educador